CONCEPÇÃO DE VALOR E RIQUEZA
- museueconomiawalras
- 14 de abr. de 2016
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A escola neoclássica de pensamento econômico foi responsável por mudar a perspectiva da teoria do valor (valor-trabalho e valor-utilidade) estabelecida pela escola clássica. Para Smith, Ricardo, Say e os demais economistas da escola clássica, a lógica por trás do valor e da formação dos preços eram os custos de produção, ou seja, se uma mercadoria “A” custava o dobro que a mercadoria “B” para ser produzida, então o preço de “A” seria duas vezes maior que o preço de “B”.
Para WALRAS, a concepção do valor está centrada na utilidade (utilidade decorre da necessidade, que é uma característica subjetiva: um mesmo bem ou serviço terá diferentes utilidades, portanto valores diferentes, de acordo com a necessidade do indivíduo), e a concepção da riqueza é definida pela escassez. Isto ocasionou uma mudança, rompendo com a perspectiva dos clássicos (Smith e Ricardo) e com a de Marx, que tinha no trabalho a origem do valor. Não era apenas na ideia do valor-utilidade que a concepção de Walras se opunha à dos clássicos, a sua teoria econômica era voltada para a teoria da alocação dos recursos escassos em fins alternativos.
Vamos Entender?
Para atender alguma necessidade, cada pessoa precisa de uma determinada quantidade de bens ou serviços.
Vamos pensar em um indivíduo que está com fome!!
Para satisfazer sua fome (a necessidade), ele precisa se alimentar com algo que o satisfaça (que lhe seja útil). Então, nosso amigo decide pedir um sanduíche numa lanchonete qualquer.
Ele come o primeiro e se sente satisfeito, mas ainda tem fome, então decide comer o segundo. A satisfação é menor do que no primeiro lanche, mas ele decide comer o terceiro, que o satisfaz menos do que os dois anteriores. Quando ele chega no quinto, já está plenamente satisfeito. Tanto que se ele comer mais um, a satisfação dele passa a ser negativa, ou seja, ele provavelmente terá uma indigestão.
Walras faz uma crítica, na qual consiste em afirmar que somente a utilidade não basta, pois para criar o valor é ainda preciso que a coisa útil não exista em quantidade ilimitada, que seja rara. As coisas ilimitadas em quantidades são obtidas tanto quanto se queira, sem fazer em troca nenhum sacrifício. Say ainda diz que as coisas ilimitadas (o ar, a luz solar, a água dos rios e riachos) são úteis e, em consequência, têm valor. Para Walras, não pagamos estes bens, porque nunca poderíamos pagar seu preço. Contesta o autor que tanto Smith como Say apenas afloraram a questão da origem do valor de troca e ambos se limitaram às teorias insuficientes.
O valor de troca das mercadorias está associado ao conceito de riqueza social. Coisas úteis, limitadas em quantidades, são: apropriáveis, valiosas, permutáveis e multiplicáveis industrialmente.
A origem do valor de troca das coisas, ou a determinação dos preços das mercadorias, está arrolada na teoria da raridade, defendida por Walras, que sustenta a origem do valor na raridade. Isto porque, para ele, todas as coisas que valem e se trocam são trabalho sob uma ou outra forma.
O trabalho constitui, e apenas ele, toda a riqueza social. O trabalho vale e é trocado porque ele é simultaneamente útil e limitado em quantidade, porque ele é raro.
EM RESUMO: 1. O valor de troca das mercadorias está associado ao conceito de riqueza social.
Coisas úteis, limitadas em quantidades, são: apropriáveis valiosas, permutáveis e multiplicáveis industrialmente.
2. O que determina o valor de troca e a formação de preços é a raridade das mercadorias.
3. Os preços são chamados de relações dos valores de troca entre a demanda e a oferta efetiva. Os valores de troca são relativos no estabelecimento dos preços de equilíbrio.
4. A teoria sobre relações de troca entre várias mercadorias pode mostrar que, através da interação entre os mercados, os preços poderiam ser determinados simultaneamente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
WALRAS, Léon. Compêndio dos Elementos de Economia Política Pura. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
Formação de Preços em Jevons, Menger e Walras. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/economia/article/viewFile/6634/6115>. Consultado em: 06 abr 16.
A Revolução Marginalista. Disponível em: <http://analiseeconomica.com.br/site/a-revolucao-marginalista/>. Consultado em: 06 abr 16. Os Pensamentos Econômicos. Disponível em: <http://descasulando.blogspot.com.br/2010/02/os-pensamentos-economicos-classico.html>. Consultado em: 06 abr 16.
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